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Conheça o novo procedimento para reporte de condição de pista em Curitiba

16 de setembro de 2019

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A partir do dia 16 de setembro de 2019, será iniciada a fase operacional do projeto piloto do procedimento para reporte de condição de pista, que incialmente será realizado no Aeroporto Afonso Pena (SBCT), em Curitiba. A tendência é que esse procedimento, em breve, seja adotado em um número maior de aeroportos no país.

Importância e Histórico

A Excursão de Pista (Runway Excursion RE) é o tipo de evento mais comum entre os acidentes e incidentes relacionados à segurança de pista. Dentro desta categoria, um dos principais fatores contribuintes é a presença de contaminantes sobre a pista, o que pode impactar na capacidade de frenagem, na aceleração/desaceleração e no controle direcional de uma aeronave.Em muitos eventos de RE, verificou-se que a tripulação não possuía o correto entendimento das condições da pista no momento do pouso. Com o intuito de aumentar a consciência situacional dos pilotos e reduzir os riscos de excursões de pista, a Icao (Organização da Aviação Civil Internacional) estabeleceu, no Doc. 9981, uma nova metodologia para reporte de condição de pista, chamada de GRF (Global Reporting Format). No Brasil, compete aos órgãos reguladores (Anac e Decea), juntamente com a participação de diversos setores da indústria, a implementação dos novos procedimentos estabelecidos neste documento.

Como funciona essa nova codificação? Quem faz essa medição?

Quando a precipitação atingir um certo valor previamente determinado, a administração aeroportuária fará uma avaliação das condições da pista. Baseado na avaliação do contaminante (tipo, profundidade e extensão), será atribuído um código resumido, chamado de Runway Condition Code (RWYCC), para cada terço da pista. O RWYCC varia de 1 a 6, conforme a Tabela 1 (itens destacados na tabela na cor cinza).

No dia a dia, onde encontro essa informação? Como ela vai ser passada?

Nesta fase do projeto, o RWYCC será comunicado apenas aos voos em aproximação para o Aeroporto Afonso Pena (SBCT). O piloto poderá obter essa informação por meio do ATIS (ou D-ATIS) do aeroporto, que será reportado da seguinte forma:

Exemplo de reporte: RWYCC 5/5/2

Obs: 5/5/2 se refere ao RCC de cada terço da pista:

Figura 1 

Com base nesses dados e na política operacional de cada operador, os tripulantes poderão ajustar o briefing e preparar os dispositivos de frenagem da aeronave de acordo com a condição de pista vigente. Em caso de dúvidas de como adequar esse novo procedimento à sua realidade, questione o departamento de flight standards da sua empresa, a Anac e/ou fabricante da aeronave.Adicionalmente, em casos onde ocorra uma mudança significativa das condições de pista, o RWYCC poderá ser passado aos pilotos também via fonia pela TWR na aproximação final.Contudo, existe ainda o RCR (Runway Codition Report), que é uma informação mais completa. O RCR informa, por exemplo, espessura do contaminante, porcentagem do terço da pista que está coberto, entre outros. Essa informação será publicada no AISWEB para fins de despacho.

Além disso, preciso fazer mais alguma coisa?

Sim. A metodologia GRF prevê que a tripulação forneça, voluntariamente, o RBA (Runway Braking Action) da pista em uso. O reporte é subjetivo e deverá ser feito com base na percepção da tripulação quanto à capacidade de desaceleração da aeronave, bem como à facilidade (ou dificuldade) do controle direcional sobre a pista. O reporte deve seguir o padrão descrito na Tabela 1 (itens destacados na cor azul) e também o disposto na ICA 100-37, item 6.8.8.

Figura 2 vale

Por que é importante reportar o RBA?

Ao fornecer o RBA, você ajudará não só o aeroporto a monitorar as condições da pista, mas também os próximos tráfegos que pousam. Um RBA que não seja condizente com um RCC poderá levar o administrador aeroportuário a fazer uma nova avaliação do RCC, ou até mesmo suspender as operações naquela pista em casos mais extremos.

Quer saber mais?

Acesse: https://www.anac.gov.br/rcc.