Com participação de destaque entre os 8 países membros que atenderam ao encontro (Argentina, Bahamas, Brasil, Colômbia, Ilhas Cayman, México, Panamá e Peru), a delegação brasileira, formada por SNA, ABRAPAC, ASAGOL e ATT, trouxe à pauta questões como fadiga (FRMS), testes contra uso de substâncias ilegais e Perigo Baloeiro.
As companhias aéreas nacionais também estiveram representadas no evento, com apresentações sobre aproximação não estabilizada e gerenciamento de energia pelo Cmte. Ari Batista da GOL, e cultura organizacional pelo Cmte. Peixoto da Azul, que também apresentou o BCAST (Brazilian Commercial Aviation Safety Team), grupo voltado ao estudo de temas relativos à segurança de voo como CFIT (Controlled Flight Into Terrain), LOC-I (Loss of Control in Flight), MAC (Mid-Air Collision) e RE (Runway Excursion).
Já os órgãos de segurança e proteção ao voo se fizeram presentes através do DECEA, que levou aos participantes uma apresentação sobre PBN (Performance Based Navigation) feita pelo Ten. Márcio André da Silva.
Atualizando os países membros sobre o avanço dos trabalhos no Brasil, a delegação nacional deu especial atenção à fadiga humana ao apresentar a versão em inglês do Relatório de FRMS dos Aeronautas. Na palestra feita pelo Cmte. Tulio Rodrigues (SNA/ASAGOL) a profundidade e fidedignidade dos dados exibidos chamou a atenção dos presentes, delineando o avançado estágio dos estudos visando o monitoramento da fadiga entre as tripulações brasileiras e a mitigação dos riscos por ela gerados.
Dentre os principais aspectos elencados na apresentação e abordados pelo estudo, que visa contribuir com dados técnico-científicos para elaboração pela ANAC do futuro RBAC de FRMS, estiveram as propostas de limites de jornada para tripulações simples, composta e de revezamento.
Confira a seguir a íntegra da versão em inglês do Relatório de FRMS dos Aeronautas:
– FRMS Report Part I: http://www.aeronautas.org.
– FRMS Report Part II: http://www.aeronautas.org.
A participação brasileira também foi marcada pelas apresentações de Philipe Pacheco (ATT), que abordou as políticas para aplicação de testes de detecção do uso de substâncias ilegais, e do Diretor da Secretaria de Segurança de voo do SNA, Matheus Ghislene, que trouxe aos membros um reporte geral sobre os trabalhos no Brasil, com ênfase no Perigo Baloeiro e nas ações sendo desenvolvidas junto ao Governo Federal e aos órgãos de proteção ao voo visando a mitigação dos riscos às operações.
Fadigômetro
O CAR/SAM também marcou a formalização pelos representantes do SNA, ABRAPAC, ASAGOL e ATT de uma parceria inédita visando o monitoramento da fadiga na aviação nacional.
Assinado após a apresentação do Relatório de FRMS dos Aeronautas à comunidade internacional, na segunda-feira (05/12), o termo de parceria entre Sindicato e Associações possibilitará o desenvolvimento do primeiro Fadigômetro da aviação civil brasileira.
Destacando o compromisso das entidades de classe com os aeronautas, a parceria é um marco que reforça o trabalho realizado durante os últimos anos em prol da segurança operacional, e dá início a um processo que deverá apresentar os primeiros resultados no segundo semestre de 2017.
Projetado como um termômetro dinâmico que irá monitorar o estado de alerta dos tripulantes a partir de suas escalas de trabalho, o programa possibilitará a manutenção de um apurado registro anônimo para visualização dos impactos da fadiga sobre as tripulações.
Com o Fadigômetro os aeronautas e a aviação comercial brasileira se beneficiarão de uma importante ferramenta baseada em princípios científicos e modelos bio-matemáticos para a prevenção de acidentes e incidentes a partir da identificação de perigos.
Futuro
Encerrado mais um Encontro CAR/SAM, o foco seguirá nos trabalhos e estudos sendo realizados através da parceria técnica entre SNA, ABRAPAC, ASAGOL e ATT, visando a adequação e implantação das melhores práticas internacionais conforme a realidade brasileira.
Sob esses aspectos, o afinco estará na continuidade do desenvolvimento das bases para a introdução do FRMS, no controle e mitigação de riscos à operação, dentre os quais o Perigo Baloeiro, e na melhoria constante das condições de trabalho dos aeronautas.