O futuro das contingências médicas como resultado das operações aéreas de piloto único
27 de outubro de 2023
Dando continuidade à campanha “Segurança de Voo começa com 2” (Safety Starts With 2), o SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) faz um importante alerta para o comprometimento da saúde dos pilotos nas chamadas “operações com piloto único”.
Nos EUA e na Europa há um movimento entre empresas aéreas e construtores de aeronaves para que, no futuro próximo, os voos passem a ter apenas um piloto na cabine de comando, com a função do segundo piloto sendo exercida por Inteligência Artificial ou um piloto em solo. Os principais argumentos dessas empresas é de que a redução de pilotos traria economia e isso acarretaria em preços menores ao consumidor.
No entanto, quando se fala em automação das operações aéreas, visando a diminuição da tripulação, não se leva em consideração que a IA (Inteligência Artificial), por mais avançada que seja, não consegue fazer um monitoramento do estado de saúde do piloto, algo que é perfeitamente possível nas operações com dois ou mais pilotos.
É importante salientar que, caso o piloto em comando fique incapacitado por motivos de saúde durante um voo, o piloto de monitoramento poderá assumir rapidamente o controle da aeronave. O mesmo não ocorre durante a operação de um piloto único, onde um piloto remoto seria responsável por voar e pousar a aeronave com segurança, o que traz um risco inaceitável, pois essa assistência remota não tem plena consciência da situação do piloto a bordo.
Além disso, as operações com piloto único podem impactar ainda mais no nível de fadiga dos tripulantes — esse aspecto, por si só, já é um comprometimento do estado de saúde do piloto, que tem sua carga de trabalho ampliada.
Embora as incidências de incapacitação do piloto em voo sejam estatisticamente raras, o grande volume de atividade da aviação em todo o mundo faz com que elas ocorram com certa frequência, principalmente como resultado de uma população-piloto envelhecida. De acordo com um estudo organizado pelo Ministério da Saúde e a Fiocruz, sete em cada 10 pessoas de 60 anos ou mais apresentam, ao menos, uma doença crônica.
Para o SNA, é fundamental o engajamento da sociedade na campanha contra a redução de pilotos em voos comerciais, sobretudo porque com o envelhecimento dos pilotos, os problemas de saúde se agravam e sem o apoio de um segundo piloto a bordo, o risco para a segurança operacional aumenta.
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